Cinquenta Tons de Cinza
Por uma sexualidade mais colorida
Se você está esperando uma análise psicológica ou sexológica do filme pare de ler agora. Estou apenas tecendo alguns comentários.
Sim, li e assisti ao Cinquenta
tons de cinza. Poderia dizer que foi puramente profissional, já que além de
psicóloga sou sexóloga e muito tem se comentado em consultório, mas foi também
para saber se sairia diversão dali. Muito pouco, pois existem livros e filmes
eróticos muito mais interessantes.
Acredito ser muito simplista dizer que "ah, se ele fosse feio e
pobre não daria tanto prazer a ela". Por quê? Simples, quem dá prazer à
mulher é ela mesma. Quando a mulher se permite ter prazer (o que tem se
mostrado difícil na nossa sociedade machista) e sabe se dar prazer (olha a importância da educação
sexual aí também!) a troca e o envolvimento com a parceria é muito mais
gostosa.
Fazia muito tempo que eu ia ao cinema e tivesse esse burburinho
todo. Não digo sobre o que está na mídia e nas redes sociais, mas fui à sessão
na quinta-feira feira da estreia, no início da tarde, e não eram adolescentes
quem estavam dando gritinhos no cinema. A cada aparição do Grey era momento de
gritinhos e se ouvia "lindo!". Gente, lindo é um conceito muito
pessoal. Esse Cristian Hollywoodiano é muito Crepúsculo. Eu, particularmente,
aprecio muito mais o ator que interpreta o motorista dele. Mais HOMEM, com mais
atitude.
Muitas mulheres estão pensando que atitudes são as ordens que ele dá, não só
como dominador, mas na vida em geral. Não! Mulheres, atitude é o homem saber te
seduzir na vida como um todo, te dar espaço de crescimento independente dele,
te admirar por ser sexualmente bem resolvida, te mimar sim, mas do jeito que te
agrada.
Outra pergunta a mim feita é: "vale a pena assistir ao
filme?". Depende das suas expectativas. É bem clichê, como nos livros. Tem
algumas cenas sensuais que só você vai saber se te excitam ou não. Logo, você
pode sim se divertir, desde que não se prenda somente às nuances do cinza.
Pois, o bom de todo esse burburinho é o espaço que está aberto para
se pensar sobre prazer e sexualidade. Mas lembre-se de não delimitar seu prazer
apenas nos tons de cinza, tudo pode ser deliciosamente colorido!
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