Um Divã Para Dois
Título Original: Hope Springs (2012)
País de Origem: EUA
Gênero: Comédia Romântica
Tempo de Duração: 100 minutos
Direção: David Frankel
Título Original: Hope Springs (2012)
País de Origem: EUA
Gênero: Comédia Romântica
Tempo de Duração: 100 minutos
Direção: David Frankel
Estamos num momento de filmes sobre maturidade e sexualidade. Isso é
muito importante, pois o tema Sexualidade na Maturidade era (ou ainda é?) um
tabu. Era como se os maiores de 60 anos fossem assexuados. Mas não, a
sexualidade só tem seu fim com a morte. O filme “Um divã para dois” é um desses
filmes.
Prefiro usar o termo Sexualidade na Maturidade, pois 'melhor idade' é sempre
a que estamos vivendo no momento, 'terceira idade' – a numeração não corresponde
ao ciclo da vida (infância, adolescência, juventude, adulto, velhice), e 'idoso' na nossa sociedade é quase a morte! Então, opto pela Sexualidade na
Maturidade. É uma fase da vida na qual acontecem mudanças biológicas
inevitáveis Porém, a sexualidade está para além do sexo, é também afetividade,
cumplicidade e relacionamentos. Assim, as mudanças biológicas associadas à
idade podem interferir na forma (a flexibilidade muda) e no tempo (maior o
tempo de resposta dos corpos), mas não no prazer e nem na qualidade. Aliás,
dizem as “boas línguas” que com a experiência e maior disponibilidade de tempo
fica melhor! Agora, tudo isso vai depender de como cada um lida com a velhice.
Porém, “Um divã para dois” retrata também o casamento, suas alegrias e
tristezas. Independente da idade. Muitos dos meus pacientes (ou clientes, se
preferir) trouxeram o filme para a terapia. Falaram sobre situações do filme,
como, por exemplo, de que forma o casal do filme chegou àquele distanciamento. E,
sobre situações reais: como os casamentos deles mesmos chegaram àquele
distanciamento. O interessante é que a fala é de casais na faixa dos 20 e 30 anos
de idade. Logo, o cuidado com o relacionamento é importante em todas as formas
e momentos.
Geralmente usamos o filme como recurso na terapia. Indicamos filmes para
ajudar a pensar sobre. Mas, “Um divã para dois” desperta por si só identificações
ao trazer as questões delicadas e doloridas na vida de um casal. No caso do
filme, um casal com 31 anos de casamento.
O que Kay (Meryl Streep) busca com o tratamento intensivo é uma mudança.
Mudança de comportamento do marido. E lá percebe que também tem de fazer
mudanças. Também parou de cuidar. A terapia de casal é isso, não buscar um
culpado pela situação, mas sim, como o casal contribuiu para chegar neste
ponto, para então, mudar. Mudança de atitude é o que buscamos na terapia. E
muitas vezes o confronto é inevitável.
Já Arnold (Tommy Lee Jones) acreditava que vida de casado é “assim mesmo”.
Não é! A vida de casado deve ser como vocês (casais) querem que ela seja. Cada
um deve fazer as suas escolhas, cuidar do seu bem estar e prestar atenção aos
seus gostos e vontades e de quem está ao seu lado. Lembre-se do comando no
avião – em caso de emergência, ao caírem as máscaras, coloque a sua primeiro e
depois ajude quem está a seu lado. Logo, esteja bem para cuidar da relação.
Outro ponto importante que o filme aborda é a comunicação. Não há nada
mais estimulante que um bom diálogo e intimidade. Acompanhamos essa trajetória
da comunicação na relação de Kay e Arnold.
A afirmativa “casamentos não mudam” é um mito. A não ser que um dos dois
ou os dois não queiram. Pois, os dois têm de tentar, de fazer, de mudar. Kay e
Arnold seguem nessa busca, a busca pelo reencontro, uma reconstrução diária. A felicidade
é feita de momentos e uma forma de construi-la é através dos momentos de crise.
Então, como disse Dr. Feld (Steve Carell), o terapeuta: “Até mesmo
ótimos casamentos têm anos péssimos. Tão péssimos que se fica tentado a
desistir. Mas não desista!"
E, como se abordou no filme “Um divã para dois”, nós (me incluo aqui),
terapeutas de casais, somos procurados por duas razões: Ajudar na separação ou
ajudar no reencontro. E, é fato: alguns casais não deveriam estar juntos. A idealização
do casamento é um fator que contribui para o seu fim. O que seria um casamento
de verdade?
E você, fez tudo o que podia por você e pela relação ou está esperando
pelo outro?
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