segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O Mundo de Tara



Título Original: United States of Tara
Ano: 2009
Texto e Supervisão: Diablo Cody e Steven Spielberg
United States Of Tara - Tribute


Com a minha formação profissional (psicologia), é claro que aprecio séries que abordem temáticas mentais e afins. Assim me interessei pelo seriado "O Mundo de Tara" (United States of Tara). Aqui no Brasil a série estreou em 2009 e foi transmitida pela Fox Brasil. É uma série de comédia dramática, que retrata a vida de Tara Gregson, uma dona de casa com Transtorno Dissociativo de Identidade.

O Transtorno Dissociativo de Identidade, de forma bem simplista, pode ser definido pela existência de duas ou mais identidades distintas num mesmo indivíduo. Cada personalidade tem sua história de vida, comportamentos, gostos e formas de interagir com o meio, sendo assim, completa e independente. A maioria dos diagnósticos revela que a pessoa passou por traumas significativos na infância, período em que a noção de Eu está em construção.

Voltando ao seriado, Tara é uma mulher que sofre de Transtorno de Identidade Dissociativa. É casada com Max, dona de casa, mãe de dois filhos adolescentes, Kate e Marshall. A história começa quando Tara decide em terapia que está preparada para parar de tomar seus medicamentos e descobrir o que desencadeou o transtorno, o porquê dela ter o transtorno e até mesmo quando começaram seus episódios de mudança de personalidade. Fato que deixou lacunas em sua história de vida, que se mistura a de seus fragmentos de personalidade (alteregos). Que no caso de Tara se revelam em seis.

Assim, Tara tem múltiplas personalidades que a ajudam a “limpar o seu porão”, de onde ela tem dificuldades de sair. 

“Virar uma pessoa inteira pode ser solitário. Mas é a única maneira”.

Esse turbilhão de comportamentos atinge, é claro, as relações familiares. Todos se perdem, se (re)encontram e sofrem junto à Tara. A série maximiza o que há de mais difícil nas relações humanas – o instável. Todos distantes e colados uns nos outros.

Para mim, foi também relevante acompanhar Marshall. Suas descobertas e dificuldades quanto à sexualidade. E, como a escola lida com ele. Preconceito e Educação Sexual em destaque.

Por fim, são 36 episódios que retratam a história de Tara, com seu Transtorno Dissociativo de Identidade e os relacionamentos familiares. Vale muito a pena assistir pelas ótimas tramas e subtramas que "O Mundo de Tara" apresenta. E, também, pela perfeita atuação de Toni Collette, a Tara e seus alters.  


Outros filmes com a mesma temática – Transtorno Dissociativo de Identidade
 




quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Hysteria



Hysteria (2011)
Gênero: Comédia e Romance
Duração: 100 min.
Origem: Reino Unido, França e Alemanha
Direção: Tanya Wexler
Roteiro: Jonah Lisa Dyer, Stephen Dyer e Howard Gensler

Trailer: Hysteria (2011)


Muito bom assistir ao filme “Hysteria”, sobre a invenção do vibrador, no dia de hoje, 06 de setembro – dia do sexo. 6/9 – em alusão à posição sexual - passou a ser dia do sexo desde 2008, movimento liderado pela Olla, empresa de preservativos. 

O diagnóstico da histeria tem um link direto com a sexualidade feminina. Apesar de os médicos não verem, na época, nada de sexual nisso. Não apenas o prazer sexual em si, mas também uma questão de gênero. O masculino se sobrepondo ao feminino, que é muito bem retratado no filme.

A trama traz a definição, os sintomas e tratamentos da histeria. O lugar é Londres, na era Vitoriana (1880). Momento em que a histeria é mais valorizada pelos médicos. Qualquer mudança de comportamento feminino era diagnosticado como histeria.

Um dos tratamentos da histeria era o alívio manual nas mulheres, feito apenas por médicos qualificados, de forma a colocar o útero de volta ao seu lugar. Dado que a crença era que um “útero superativo” desestabilizava a mulher emocionalmente. (Cômico, mas real!).

A partir desse tratamento foi inventado um aparelho massageador elétrico, hoje conhecido como vibrador.

Ponto alto para a cena do tribunal! Fantástica!
 


 

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Visões de Um Crime


Título Original:  Faces in the Crowd
País de Origem:  EUA / França / Canadá
Gênero:  Suspense
Ano de Lançamento:  2011
Direção: Julien Magnat

Visões de um Crime – Trailer


Escolhi assistir ao filme “Visões de um Crime” sem muita pretensão. Ele se revelou ser um bom suspense!

Segundo a sinopse, o filme retrata “uma garota que consegue sobreviver ao ataque de um serial killer. Mas, assim que desperta num hospital com uma ferida na cabeça, não consegue reconhecer ninguém. Isso a impede de distinguir os rostos das pessoas, uma situação verdadeiramente perigosa, uma vez que seu agressor quer matá-la, pois ela é a única testemunha que pode levá-lo à prisão”.

Assistindo à trama relembrei-me de uma desordem neurológica – Prosopagnosia. Resumindo, é uma lesão no lóbulo temporal que causa dificuldade em reconhecer faces, conhecida como “cegueira de rostos”.

Assim, o suspense “Visões de um Crime” prendeu minha atenção e me causou muita aflição ao assisti-lo. Deve ser desesperador se olhar e não se ver. Deixa, ainda, reflexões sobre novas maneiras de ver, sentir e ouvir o mundo.



terça-feira, 14 de agosto de 2012

O Garoto da Bicicleta


Nome Original: Le Gamin au Vélo
Duração: 87 minutos
Ano: 2011
País: Bélgica / França / Itália
Gênero: Drama
Direção: Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne

O garoto da bicicleta - Trailer Legendado

O filme “O Garoto da Bicicleta conta a difícil história do garoto Cyrill. Difícil devido ao abandono do pai e do medo como consequência. Numa faixa etária de (re)construções, a adolescência, ele fica revoltado e agressivo na busca de sua identidade.

Abandonado por seu irresponsável e imaturo pai num orfanato, Cyrill busca contato com algo conhecido, sua bicicleta. E se agarra a ela na busca por autonomia e liberdade de escolha.

Assistimos, assim, ao desenvolvimento de um menino pela sua dor. Dor da rejeição e do abandono. E à bondade de Samantha. A cabeleireira que através de seu olhar carinhoso e cuidados dá a possibilidade de reparação ao Cyrill.

Por fim, “O Garoto da Bicicleta” é um filme que promove um olhar real, diria até mesmo ‘seco’ sobre amor e escolhas. Li muitas reclamações sobre o final do filme, mas para mim é o retrato da escolha de Cyrill e da possibilidade de reescrever sua história, apesar das vulnerabilidades.

Prêmio: Vencedor do Festival do Júri, no Festival de Cannes de 2011.



Deus da Carnificina


Título Original: Carnage (2011)
Direção: Roman Polanski
Roteiro: Roman Polanski (roteiro), Yasmina Reza (peça teatral e roteiro)
Gênero: Comédia e Drama
Origem: Alemanha/Espanha/França/Polônia
Duração: 80 minutos
Deus da Carnificina (2012) Trailer Oficial Legendado

“Deus da Carnificina” é um filme de Roman Polanski - Adaptação da peça de teatro homônima “Le Dieu du Carnage” de Yasmina Reza.

Em “Deus da Carnificina” assistimos a um encontro de casais. Há momentos em que as mulheres se unem. Há momentos em que os homens se unem. E, há momentos em que os casais se unem. É um duelo entre o público e o privado.

Quatro diferentes personalidades e o apartamento, que fala por si só através de todos seus detalhes e decoração, revelam suas intimidades, numa ensolarada tarde nova-iorquina. A pauta do encontro é um pedido de desculpas. Briga entre adolescentes. Porém, como se numa avalanche, cinismos e hipocrisias desabam sobre suas cabeças derrubando as máscaras do “politicamente correto”. Uma verdadeira carnificina. A moderna carnificina. 

É um filme muito bom, mas desconfortável de assistir. Em poucas palavras diria que é desenrolar de uma situação de conflito que mescla valores e preconceitos e nos faz questionar a construção desse homem/mulher moderno/a nesta sociedade cada vez mais individualista.

Ah, e os adolescentes... Continuam no parque amplo e ensolarado se re-organizando...

“Ninguém se importa com ninguém”.